sábado, 8 de março de 2008

Quando acabei de ler, fez-se silêncio na sala. Quase tão assustador como receber uma carta destas é relê-la, em voz alta, deixar palavras que não são nossas soltas, a ganharem uma vida própria.
Reunirmo-nos não tinha sido difícil, bastou enviar uma mensagem para o grupo de sempre (“se recebeste uma carta da Luísa, trá-la para reunião hoje na minha casa às 21h”). A minha ideia era conseguirmos, todos juntos, descobrir se tínhamos recebido a mesma carta e perceber o que se tinha passado, apesar de não ter a maneira de saber se mais alguém teria recebido a carta. Agora estávamos todos sem saber que sentido tirar do seu conteúdo.
A Maria mexia o chá, o Raul brincava com o telemóvel, e o Pedro tomou a iniciativa: “fartei-me de lhe telefonar e deixar mensagens sem qualquer resposta. Posto isto, acho que ela se fartou, mandou a treta do emprego e da vidinha monótona à vida e foi de férias para o Brasil. Alguém tem uma ideia melhor?”.

2 comentários:

leonor disse...

Muito bem, Rita. Os amigos estão em campo. A Susana vai pô-los em marcha. Ou não?

Maria das Mercês disse...

Muito interessante. Não deve ter sido tarefa fácil, mas a volta dada promete, Rita.