O jovem vira as costas e deita-se na mesa de jantar, a falar com as cadeiras e os gatos, como se a tia não estivesse lá.
Jovem – Odeio-Te. Sem pontos, nem vírgulas, nem qualquer tipo de pausas. E desafio-Te! Vem cá, e diz-me olhos nos olhos que existes, planando omnipresente sobre o mais imperfeito dos mundos… Explica-me porque És Cruel. Explica-me! Queres brincar ao gato e ao rato? Queres???? Com mulheres cinza e púrpura? EU NÃO SOU UMA MARIONETE dos teus caprichos! Sou o dono da minha vida!
Tia – Cucu! Acho que ainda não percebeste bem, jovem…. Levanta a camisa por favor…Não tenhas pressa… mas levanta-a, por favor. (sorri)
O jovem fica algo perplexo, mas obedece e começa a levantar a camisa.
Tia – Já tás a ver o umbigo???? Tás? (o jovem anui com a cabeça) Boa!... Agora passa essa fase por favor… (fala lentamente, como se soletrasse) o teu umbigo não é o centro do mundo…muito menos os teus dramas existenciais… Lamento. Agora vamos avançar para as coisas práticas, please? (Abre a mala)
Começa a ouvir-se piano e uma voz:
em todos os quartos
em todos os cubículos
em todos os pardieiros
uma tragédia e uma comédia
e o mais inesperado dos poemas incompletos
3 comentários:
Mil perdões a todos e a todas. Foi-me completamente impossível... Abraço
Babe, mais vale tarde k nunca... e em grande estilo!
Deixa lá avisar o Ric para acelerar o processo...
Excelente continuação, Judite!
Confesso que já tinha decidido pegar fogo ao teatrinho! Final dramático! Pronto, já dominei a veia e continuo a gostar...
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