Serena… Isto deve ter sido há uns dois anos, não? Aquela sala, aquela cadeira. Tenho dificuldade em contar esta história. Não sei se quero que me compreendam. Não preciso disso. Não sei se quero que conheçam a sua divinal estrutura de ninfa, o gosto salgado dos seus cabelos, a clareza extraordinária do seu modo branco de pensar. Gosto de Rimbaud, eu. Sou um bom profissional, orgulho-me disso.
Escreveria assim, tentando de não vos dizer nada:
apenas ao seu silêncio.
A ninguém, o perdão
nem à amargura das rosas
nem ao meu corpo de homem triste.
E existo.
ao vosso lado.
2 comentários:
De um começo prometedor nasceu um texto lindíssimo!
Querida Judite, é sempre uma delícia ler-te, independentemente do que esteja escrito para trás e venha para a frente!
Neste caso concreto, acho que se está formando um belíssimo conto, cheio de paralelismos, analogias e palavras por dizer. Como eu gosto.
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